Plano fornece as diretrizes para a gestão da arborização urbana em Piracicaba

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Plano fornece as diretrizes para a gestão da arborização urbana em Piracicaba

O Plano de arborização urbana de Piracicaba foi entregue na semana passada ao Prefeito Barjas Negri pelo Secretário de Defesa do Meio Ambiente, José Otavio Machado Menten. Elaborado pela Propark Paisagismo e Ambiente Ltda., o documento é resultado de um amplo trabalho realizado por uma equipe especializada que, durante cinco meses, analisou com profundidade a cobertura arbórea existente nos 71 bairros existentes no perímetro urbano do município, em especial as árvores plantadas ao longo do sistema viário. Pela sua proximidade, esses exemplares interagem diretamente com os moradores da cidade e, por isso, foram priorizados.

Na oportunidade, o prefeito reiterou que a arborização urbana é considerada componente fundamental para melhorar as condições ambientais de Piracicaba e contribuir para o maior bem-estar e o conforto dos cidadãos. Por isso, exige especial atenção, com a sua expansão para os locais mais carentes, além do aprimoramento do seu manejo para que as árvores cumpram suas múltiplas funções ambientais, sociais, estéticas e econômicas.

Inicialmente, foi estudado o histórico da arborização em Piracicaba, observando-se que, até a década de 1970, as árvores foram plantadas principalmente por iniciativa particular, muitas vezes, sem o adequado planejamento, o que acarretou vários problemas, principalmente de adequação ao espaço disponível nas calçadas. Somente no início do novo milênio, a Prefeitura passou a investir mais no plantio de árvores nas ruas da cidade, estruturando suas condições técnicas e buscando o apoio efetivo da comunidade nessa iniciativa. 

Foi também analisada a relação entre evolução urbana e as áreas verdes existentes, verificando-se que a cobertura vegetal da cidade pode ser considerada satisfatória. Além das áreas tradicionais – o complexo formado pelo Parque do Mirante e o Engenho Central, o Parque da Esalq e a Chácara Nazareth, a população dispõe de inúmeros espaços públicos, como parques, praças, áreas de lazer e recreação, entre outras.

 Além disso, o trabalho contemplou a análise da legislação relativa ao assunto nas esferas federal, estadual e municipal e da estrutura existente na Secretaria de Defesa do Meio Ambiente – órgão encarregado da gestão das árvores urbanas – verificando os recursos humanos e operacionais disponíveis e a sistemática de trabalho adotada em suas atividades.

Outra importante etapa do Plano foi a realização de amplo diagnóstico da situação da arborização no perímetro urbano no município em plataforma georreferenciada, com o objetivo conhecer a distribuição da cobertura arbórea em detalhes, a fim de subsidiar as atividades de planejamento e da gestão desse importante patrimônio natural.

Segundo o Eng. Marcelo Machado Leão, diretor da Propark, nessa etapa foram utilizadas modernas técnicas de sensoriamento remoto, incluindo a aplicação de inteligência artificial, além da realização de levantamentos, estudos e avaliações de campo. Foram complementados com pesquisas e análises de informações  coletadas junto à população, por meio de um diagnóstico participativo, procurando analisar a sua percepção em relação à arborização da cidade.

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No diagnóstico realizado, os técnicos da Propark levantaram situações recorrentes com árvores em diversos pontos da cidade – denominadas situações-paradigma – a serem corrigidas. As irregularidades mais frequentes referem-se às práticas de manejo inadequadas, principalmente nas operações de podas, muitas vezes realizadas irregularmente por particulares; às condições fitossanitárias e nutricionais dos exemplares; às situações de risco que podem ocasionar queda de indivíduos arbóreos, acarretando acidentes com pessoas e danos ao patrimônio.

Observou-se muitas ocorrências de conflitos de árvores com as redes aéreas de distribuição de energia, que podem causar interrupções no fornecimento e com os demais equipamentos públicos, como placas de sinalização e semáforos. Outra situação verificada com frequência é a falta de espaço nas calçadas para o desenvolvimento das árvores, dificultando a mobilidade dos pedestres. Foi ainda detectado o plantio de espécies arbóreas inadequadas pela população, causando problemas com edificações. 

Piracicaba possui ainda uma grande quantidade árvores exóticas consideradas invasoras – principalmente a temida leucena, inimiga da biodiversidade – e de exemplares mortos, em decrepitude, ou sem padrão de qualidade que precisam ser erradicados e substituídos por outras mais adequadas, ao longo do tempo.

A etapa seguinte do Plano de arborização foi fornecer as recomendações técnicas destinadas a melhorar as atividades de planejamento e gerenciamento das árvores urbanas. Em resumo, as metas preconizadas foram: intensificar o envolvimento da população por meio de ações educativas, aumentar a cobertura arbórea nos bairros com déficits de árvores; aperfeiçoar a gestão, readequando a estrutura administrativa existente, e introduzindo novas tecnologias nas atividades de fiscalização e manejo.

O Plano apresentou ainda as diretrizes gerais para a gestão, com a estruturação de um Núcleo de Arborização Urbana na Prefeitura, efetuando-se o remanejamento e o treinamento de pessoal já contratado; o estabelecimento de parcerias estratégicas; e a atualização da legislação relativa à arborização. Além disso, formulou alguns programas complementares: Educação Ambiental, Produção Vegetal (requalificação do viveiro municipal de mudas) e de Manejo de Resíduos de Poda de Árvores. Foi ainda fornecido o modelo de um Manual de Arborização, com informações sobre o planejamento, implantação e manutenção da cobertura arbórea de Piracicaba.  

Para o Secretário de Defesa do Meio Ambiente, Prof. Menten, de posse desse grande volume de informações, será possível melhorar ainda mais a arborização urbana da cidade, criando um ambiente mais bonito, agradável e seguro para a população piracicabana.

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